quinta-feira, 29 de julho de 2010

O Dia Municipal da Literatura Espírita

Por meio do Projeto de Lei do Vereador Nelson Souza do PCB, a Câmera Municipal de Macapá instituiu “O Dia Municipal da Literatura Espírita”, como parte do Calendário Oficial de Eventos do Município de Macapá que será realizado anualmente no dia 18 de abril, dia do lançamento de “O Livro dos Espíritos”, primeira e principal obra básica da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec.

Informações: www.feamapa.com.br

quarta-feira, 28 de julho de 2010

6º Congresso Espírita Mundial já tem programa

Valencia, na Espanha, sedia o 6º Congresso Espírita Mundial nos dias 10, 11 e 12 de outubro, promovido pelo Conselho Espírita Internacional. O programa com base no tema central “Somos Espíritos Imortais” inclui comemoração pelo Centenário de Chico Xavier. Entre os expositores convidados de vários países, estão Divaldo Pereira Franco e Carol Bowman, pesquisadora americana sobre reencarnação. O CEI estará lançando livros em vários idiomas.

Informações e inscrições: www.congressoespirita.com.br; http://www.espiritismo.cc

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Como usar o ‘BIP’ da caridade

A caridade, como a entendia Jesus, não se restringe à esmola material, mas, sim, benevolência para com todos; indulgência para as imperfeições alheias; e perdão das ofensas. Aliás, esse esclarecimento está na Resposta 886 de O Livro dos Espíritos. Ser benévolo significa ser uma pessoa do bem. Não quer dizer que seja perfeita, mas que é portadora de boa índole, pois é incapaz de fazer o mal a quem quer que seja. Esse exemplo foi dado por Jesus ao curar cegos, leprosos, aleijados. Diante da mulher adúltera, diz aos apedrejadores: “quem está sem pecados atire a primeira pedra”, e como não ficou nenhum deles para atirar, diz à pobre mulher: “Ninguém te condenou, Eu também não, vai e não erres mais“. Esses atos de Jesus têm o nome de caridade.

A indulgência é uma caridade moral. A pessoa indulgente não vê os defeitos do próximo, ou se os vê evita falar deles. Em palestras, costumo fazer uma experiência que você pode fazer também. No centro de uma folha de papel em branco, coloco um pequeno ponto preto, e pergunto aos presentes o que eles estão vendo na minha mão. A grande maioria responde: ”Vejo um ponto
preto“. Dificilmente respondem que viram uma folha branca com um pequenino ponto no meio. Pode o próximo ter 99 qualidades (parte branca), porém se tiver um pequenino defeito (ponto preto), é ele que espalharemos: falta de indulgência.

O perdão das ofensas é o tipo da caridade difícil de ser praticada, porque sempre nos achamos com a razão, e sempre foi o outro que nos ofendeu. Pelo fato de sermos orgulhosos, costumamos dizer: ”ele fez isso logo comigo que não mereço“, ou então: ”Ele feriu a minha honra (apelido que damos ao nosso orgulho)“. Portanto, quando estivermos emocionalmente em perigo, lembremos de ouvir o ”BIP“ da Caridade: (B) de benevolência, (I) de indulgência, e (P) de perdão.

Gerson Simões Monteiro é vice-presidente da Fundação Cristã-Espírita C. Paulo de Tarso (Funtarso)

Extraído da coluna “Em nome de Deus”, publicado em 25/07/10 no jornal Extra e no site Extra Online.

domingo, 25 de julho de 2010

Crianças na Festa Típica da Humberto de Campos.

Alexander, Diogo e Vitor.

Diogo e Thiago.

Frase do dia

“Recomendamos a oração com fervor, todas as noites, pois os benfeitores da Vida Maior aproveitarão esses momentos para contribuir em nosso favor, levando-nos ao cérebro e ao coração o seu auxílio singelo.” -- Margarida.

(Do livro “Aceitação e vida”, psicografado por Chico Xavier, ed. UEM).

sábado, 24 de julho de 2010

Prática do bem

Redação

Todo ensinamento de Jesus busca nos incentivar a seguir o caminho do bem.

A Doutrina Espírita, com seu tríplice aspecto, revivendo o Cristianismo na sua pureza, também.

No aspecto científico, o Espiritismo, como ciência de observação, explica os fenômenos mediúnicos, demonstrando que eles resultam da interação que existe entre os dois planos da vida, envolvendo encarnados e desencarnados.

Esclarece que os Espíritos mais não são do que os encarnados que, finda a existência corpórea, retornam ao mundo espiritual.
Com isso, enfatiza a sobrevivência da alma, a imortalidade, fornecendo elementos para o cultivo do bem, com fé raciocinada.
No aspecto filosófico, a Terceira Revelação responde aos porquês indagados pelo homem.

Ensina a lei da reencarnação, que propicia ao Espírito os meios de desenvolver, gradativamente, o potencial que lhe foi conferido por Deus, nosso Pai Maior, ao criá-lo.

Mostra o livre-arbítrio como faculdade que cada um tem para escolher entre o bem e o mal, em todas as suas formas de manifestação, com as pertinentes consequências, face à lei de causa e efeito, ação e reação, semeadura e colheita.

Demonstra a justiça divina, frente aos quadros de provas e expiações, esclarecendo que o acaso não existe, que tudo tem uma razão superior de ser, sempre visando nosso progresso espiritual.

No seu aspecto religioso, motiva-nos a seguir o caminho do bem, de maneira voluntária e consciente.

A ter a certeza de que nunca estamos desamparados em nossos desafios frente às dificuldades naturais da jornada terrena.

Levantando o véu, mostrando como é a vida do lado de lá, qual o estado de espírito dos desencarnados, resultante do modo de vida que tiveram no plano físico, a Doutrina Espírita conclama-nos à prática do bem, como sendo o único caminho para a conquista da verdadeira felicidade.

Esclarecendo sobre a natureza e as propriedades dos fluidos e acerca da ação dos pensamentos sobre eles, o Espiritismo estimula o ser humano à prática do bem, demonstrando que, conduzindo para o bem seus pensamentos e ações é, em verdade, o maior beneficiado, pelos reflexos positivos em seu psiquismo, estado emocional e organização perispirítica.

Estimulando a criatura a afastar-se de posturas materialistas negativas, a Terceira Revelação ajuda-a a sublimar seus sentimentos, porque, fortalecendo sua fé, faculta-lhe aumentar a força de vontade na direção do bem.

Com explicações lógicas para a existência dos problemas humanos, inclusive as expiações coletivas, que se multiplicam na atualidade de várias maneiras, a Doutrina Espírita vacina contra a não resignação, diante dos desígnios divinos.

Colocando como certa a perfectibilidade de nossos espíritos, o Espiritismo incentiva-nos a perseverar, continuamente, na prática do bem, essência do processo de reforma íntima, por representar esforço no exercício do cultivo de hábitos melhores.
A orientação da Terceira Revelação, na prática do bem, conduz as pessoas a colocarem suas mediunidades à disposição do bem maior, de maneira desprendida.

Resumindo, e lembrando Kardec, é fé raciocinada aquela capaz de enfrentar a razão face a face em todas as épocas da humanidade; nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei; fora da caridade não há salvação, ou seja, sem a prática do bem por excelência, o ser humano estaciona no seu desenvolvimento moral.

Texto publicado no site Casa Editora O Clarim, em 07/07/10.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Mutirão para confecção dos acepipes da Tarde Típica

Neste sábado (24) a partir das 13 horas será realizado o mutirão para a confecção dos acepipes da Tarde Típica deste domingo (25), na União Espírita Humberto de Campos. Venha participar. Sua colaboração será muito bem vinda!

Onde mora a salvação?

Octávio Caúmo Serrano

Jamais nos atreveríamos a afirmar que a salvação está no Espiritismo. Da mesma forma, parece-nos pretensioso que outras doutrinas afirmem que só na igreja delas se pode encontrar o caminho para o Céu.

O que não podemos ignorar, porém, é que a clareza e objetividade do Espiritismo é um fator favorável para que as pessoas compreendam a finalidade da vida na Terra. A inteligência das lições trazidas pelos Espíritos e reveladas a nós por Allan Kardec e outros escritores que o sucederam, facilita para que vivamos com mais esperança, serenidade e responsabilidade. Ninguém explica a Lei de Ação e Reação como a Doutrina Espírita.

Já pertencemos a outra religião, como ocorre com a maioria do povo brasileiro pela sua tradição católica. Respeitamos essa doutrina e somos gratos a ela porque foi ali que fomos apresentados a Jesus e informados que somos filhos de Deus e, portanto, contamos com a sua proteção permanente. Todavia, é uma crença onde não há uma aceitação racional, produto da fé compreendida. Tudo é dogmático.

Imaginávamos, naquele tempo, que deveríamos amar Deus e o próximo porque Moisés registrou a “palavra de Deus” nas pedras da lei. Era uma ordem, mas não fomos informados por que deveríamos ter esse comportamento. Seguíamos por ser a Lei de Deus e temíamos o castigo divino!

Com o conhecimento do Espiritismo, e a aplicação sábia da Lei de Causa e Efeito, ficou claro que devemos amar Deus e o próximo no nosso próprio interesse como espíritos imperfeitos que buscam seu crescimento espiritual para serem mais felizes, quer na Terra, quer no mundo espiritual, onde estagiaremos no aguardo da nova encarnação, o que fatalmente ainda acontecerá conosco, por muito tempo.

Se formos bons, honestos, trabalhadores e solidários, sentiremos interiormente um bem estar porque a consciência não nos acusará de erros ou agressões contra a natureza e o mundo que nos cerca. Só por isso já vale a pena. Todavia, independente disso, estaremos valorizando a passagem pelo mundo para ter direito a ocupar melhores posições na espiritualidade, onde podemos ser ativos participantes na obra da Criação, que está em evolução permanente.

Portanto amar Deus e o próximo deixou de ser um compromisso penoso, compulsório, para ser algo prazeroso e que colabora para a autoeducação que nos traz alegrias no presente e no futuro.

Essa é a diferença entre o Espiritismo e outras doutrinas que divulgam a palavra de Jesus como uma ordem a ser cumprida sob pena de arder no fogo do inferno. Para o Espiritismo, o inferno, assim como o céu, se encontra no interior de cada criatura. Ela tem o livre-arbítrio de sofrer ou ser feliz, sem escravizar-se a nada e a ninguém; nem mesmo aos espíritos, por mais que estes tentem influenciar-nos em nosso comportamento. Só conseguem ajudar-nos ou prejudicar-nos se deixamos. Diz o poeta Eurícledes Formiga, por Chico Xavier, numa singela trova: “Em nossa casa mental / por mais se mantenha alerta, / obsessor só penetra / quando encontra a porta aberta”.

É por isso que eu agradeço por ter encontrado, um dia, o ESPIRITISMO.

Texto publicado no site Casa Editora O Clarim, em 07/07/10.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Desapego aos bens materiais

Elias Barbosa*

O ideal seria transcrever toda a mensagem de Jean-Baptiste Lacordaire (1802-1861), padre dominicano, escritor francês e autor de vários livros, um deles, a Vida de S. Domingos, brilhante orador sacro, transmitida em Constantina, 1863, item 15, “Desprendimento dos bens terrenos”, mas, devido à sua extensão, vamos citar, do Cap. XVI de O Evangelho Segundo o Espiritismo, partes da referida página mediúnica, a seguir:

“Esbanjar a fortuna não é desapego aos bens terrenos, mas negligência e indiferença; o homem, depositário desses bens, não tem mais o direito de os dilapidar ou de os confiscar em seu proveito; a prodigalidade não é generosidade, mas, frequentemente, uma forma de egoísmo; aquele que atira ouro a mancheias para satisfazer uma fantasia não daria uma moeda para prestar serviço. O desapego aos bens terrestres consiste em apreciar a fortuna pelo seu justo valor, em saber servir-se dela para os outros e não só para si, a não sacrificar por ela os interesses da vida futura, a perdê-la sem murmurar se apraz a Deus vo-la retirar. Se, por reveses imprevistos, vos tornardes um outro Job, dizei como ele: ‘Senhor, vós ma havíeis dado, vós ma haveis tirado; que seja feita a vossa vontade.’ Eis o verdadeiro desapego. Sede submissos primeiro; tende fé naquele que vos tendo dado e tirado, pode vos restituir; resisti com coragem ao abatimento, ao desespero que paralisam a vossa força; não olvideis jamais, quando Deus vos atingir, que ao lado da maior prova, coloca ele sempre uma consolação. Mas pensai, sobretudo, que há bens infinitamente mais preciosos que os da Terra e esse pensamento vos ajudará a vos desapegar destes últimos. O pouco valor que se atribui a uma coisa faz com que menos sensível seja a sua perda. O homem que se apega aos bens da Terra é como a criança que não vê senão o momento presente; aquele que a eles não se prende é como o adulto que vê as coisas mais importantes, porque compreende estas palavras proféticas do Salvador: ‘Meu reino não é deste mundo.’”

(...) “Deus dá [a fortuna] a quem lhe parece bom para geri-la em proveito de todos; o rico tem, pois, uma missão, missão que pode tornar bela e proveitosa para ele; rejeitar a fortuna quando Deus vo-la dá é renunciar ao benefício do bem que se pode fazer em administrando-a com sabedoria. (...) Aquele a quem chegue o que se chama no mundo uma boa fortuna, diga a si mesmo: Meu Deus, vós me enviastes um novo encargo, dai-me a força de cumpri-lo segundo a vossa santa vontade.”

(*) Clínico geral e psiquiatra - eliasbarbosa34@gmail.com

Artigo publicado no site Jornal da Manhã Online, em 27/06/10.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cartas de Chico Xavier viram filme

Documentário exibido no Festival de Paulínia registra dor de se perder um filho

O centenário de Chico Xavier continua rendendo filmes em homenagem. Exibido ontem no Festival de Paulínia, o documentário As Cartas Psicografadas por Chico Xavier vai atrás de famílias que receberam, através do centro do médium em Uberaba, mensagens de filhos mortos prematuramente. No palco, ao apresentar o longa, a diretora Cristiana Grumbach disse que sua motivação era entender essas manifestações de uma pessoa “supostamente do mundo dos mortos”. Mais do que provas do além-túmulo, no entanto, encontrou muita dor e saudade.

Todos os entrevistados – selecionados com a ajuda de Marcel Souto Maior, autor da biografia que deu origem ao filme de Daniel Filho – são idosos e conviveram com Chico há cerca de 30 ou 40 anos. Inconsoláveis, não são poucas as mães que falam para a câmera que “a vida perdeu o sentido” após a morte do filho. Sem encontrar respostas na igreja, algumas passam a odiar santos – um pai, judeu, chega a garantir que “se Deus descesse na minha frente naqueles dias, eu partia pra cima dele”.

Yolanda, 87 anos, é uma dessas pessoas. Devota de Nossa Senhora Aparecida, sem conseguir lidar com a perda, foi ainda na década de 1960 ao centro espírita no interior mineiro. No primeiro dia, Chico já anunciou que o espírito de seu filho estava lá e reproduziu a assinatura dele. Uma carta só foi aparecer quatro anos depois, mas trazia o que Yolanda mais queria ouvir. “Não se morre”, diz o texto. “A pessoa tira uma roupa usada e usa uma vestimenta melhor. A morte é a vida em outra moldura.”

É o alívio que todos buscavam. O desespero de se despedir para sempre de um filho é, então, substituído por um “até breve”, como afirma outra mensagem: “A morte não é o ponto final. Imaginemos nela um ponto e vírgula, uma pausa”. Essa resposta não impede, porém, que as lágrimas e a emoção dominem os depoimentos. Mesmo depois de décadas, os pais até podem entender, mas nunca, nunca superam a saudade. “Você engole, mas não digere”, atesta alguém. Mais do que o sobrenatural, portanto, o documentário encontra histórias familiares trágicas.

O sobrenatural, claro, também está lá. As famosas cartas trazem dados a que Chico nunca teria acesso, de detalhes sobre os acidentes a informações detalhadas sobre a família: apelidos, irmãos, tios e antepassados, não raro com nome e sobrenome. Uma absolve um amigo de culpa num acidente de moto, outra revela que a noiva do morto está grávida e já indica um nome para o bebê.

Como se pode notar, interesse não falta, mas isso não redime o documentário. Pesquisadora e assistente de direção do veterano Eduardo Coutinho em diversos trabalhos (Santo Forte, Edifício Master, Jogo de Cena), Cristiana Graumbach tenta reproduzir o estilo de seu mestre e não consegue. Sem o mesmo talento como entrevistadora, acaba sobrando ao querer ser, também ela, personagem – seus diálogos com as famílias aparecem na edição, é ela quem lê as cartas em off e vez que outra até aparece nas conversas. Problema de linguagem, evidente quando Cristiana opta por mostrar em longos segundos a imagem imóvel da sala de todos os entrevistados – aí, o burburinho tomava conta do Theatro Municipal –, nas perguntas repetidas, nas cartas enormes. Não há quem não se canse.

Um filme irregular para um tema com apelo para milhões – não estranhe se o documentário chegar às telas e atingir uma bilheteria considerável para o gênero. É o Brasil espírita consolidando espaço no mercado cultural.

Notícia publicada no site Último Segundo, em 19/07/10.

Frase do dia

“É indispensável manter o Espiritismo qual foi entregue pelos mensageiros divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios.” – Bezerra de Menezes.

(Mensagem psicografada por Chico Xavier na Comunhão Espírita Cristã, de Uberaba, Minas Gerais, em 20 de abril de 1963, e publicada na revista “O Reformador”, de outubro de 1995, página 314).

terça-feira, 20 de julho de 2010

DICA DE LEITURA

A Dor do meu destino

Neste livro, o escritor nos apresenta uma história repleta de lances emocionantes e educativos. Relata a vida de testemunhos do Dr. Emílio, exilado espanhol de convicções espíritas, seu relacionamento com uma família espírita no Brasil e seus esforços em pautar sua vida em consonância com os ensinamentos cristãos que recebera de frei Ambrósio, diretor de um mosteiro espanhol, crente nos postulados espíritas. Destinado especialmente àqueles que sofrem, é uma lição de fortaleza e esperança dando ênfase à lei de causa e efeito.

Informações: www.feblivraria.com.br

Dica publicada no Boletim Eletrônico da FEB - Julho/10 - 2

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Deus não sobe em palanques políticos

Os adeptos do Espiritismo não precisam de representantes nos poderes Legislativo e Executivo do país para defenderem seus interesses. Isto porque Jesus, o nosso guia e modelo, jamais buscou o poder político para se proteger e divulgar os seus ensinamentos. Ele atendeu os interesses do Pai Celestial junto ao coração humano, sem necessidade de portarias ou decretos para ajudar. É por essa razão que os Espíritas, também, não necessitam de cargos eletivos na administração pública para cumprirem sua missão.

Agora, o Espírita, como todo e qualquer cidadão brasileiro, é livre para escolher o seu candidato e votar em quem quiser. É claro que, consciente da sua responsabilidade, ele por coerência não votará em candidatos que defendam o aborto, a pena de morte, a eutanásia ou a liberação das drogas, bem como, nos que são detentores do que vem sendo chamado de “ficha suja”.

Convém esclarecer que os Espíritas jamais formarão bancadas nos parlamentos, para não desvirtuarem a verdadeira finalidade do Espiritismo, que é a de promover a transformação moral da humanidade. Por isso mesmo, o seu programa é de ordem educativa e moral, desatrelado totalmente da política partidária, pois essa política, a nosso ver, não é de sua competência, ou de qualquer movimento religioso na Terra.

Alertamos, ainda, que não existem candidatos espíritas. Isso não significa que o Espírita não possa candidatar-se a cargo eletivo, mas ele não tem delegação para falar em nome do Movimento Espírita coordenado pela Federação Espírita Brasileira. Os Espíritas, ao manterem essa postura, previnem-se contra o equívoco de Judas, que, pela sua ambição política, a pretexto de acelerar a vitória do Evangelho, levou o Cristo a morrer na cruz.

Por isso mesmo, precisamos evitar o estabelecimento de um governo teocrático, administrado por religiosos, por não ser nada saudável colocar Deus no centro da política, como justificativa para se cometer uma série de arbitrariedades em nome Dele, como no Afeganistão. Finalmente, repito o que disse certa feita: Deus não sobe em palanques!

Gerson Simões Monteiro é vice-presidente da Fundação Cristã-Espírita C. Paulo de Tarso (Funtarso)

Extraído da coluna “Em nome de Deus”, publicado em 18/07/10 no jornal Extra e no site Extra Online.

domingo, 18 de julho de 2010

6º Congresso Espírita Mundial já tem programa

O programa para o 6º Congresso Espírita Mundial, promoção do Conselho Espírita Internacional (10 a 12 de outubro, em Valencia, na Espanha, se encontra disponível no site da Federação Espírita Espanhola e no Portal da FEB. Tem como tema central “Somos Espíritos Imortais”, inclui a comemoração pelo Centenário de Chico Xavier. O CEI lançará livros em vários idiomas. Informações e inscrições pelos sites: www.congressoespirita.com.br ou www.espiritismo.cc

Notícia publicada no Boletim Eletrônico da FEB - Julho/10 - 2

sábado, 17 de julho de 2010

Visita a AÇÃO CRISTÃ VICENTE MORETTI

Neste domingo (18), as 10 horas, uma caravana da União Espírita Humberto de Campos fará a 8ª visita do ano na Ação Cristã Vicente Morretti, clínica de reabilitação infantil localizada em Bangu. Esta visita, aberta a quem tiver interesse, é realizada todos os terceiros domingos do mês.

AÇÃO CRISTÃ VICENTE MORETTI
Rua Maravilha, 308
Bairro: Bangu
Rio de Janeiro - RJ - CEP 21810100
Tel.: (21) 2401-9533

Nosso Lar: filme e livro

O filme Nosso Lar, super produção que será distribuída pela Fox, será lançado no dia 3 de setembro. A FEB lançará uma edição especial do livro que originou o filme durante a 21ª. Bienal Internacional do Livro de São Paulo (12 a 22 de agosto), no Anhembi. Acesse trechos do filme (trailers, bastidores, muralha e arte) em: www.febnet.org.br

Notícia publicada no Boletim Eletrônico da FEB - Julho/10 - 2

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Reunião Administrativa

Neste sábado (17) a partir das 16 horas será realizada a Reunião Adminstrativa da União Espírita Humberto de Campos. Todos os terceiros sábados do mês os irmãos da Casa se reunem para definir as atividades e trabalhos a serem realizados na instituição. Participe, traga sua opinião. A Casa é nossa e a responsabilidade é de todos nós!

Tributo a Chico Xavier na ONU

No dia 6 de agosto será realizado o evento "Tributo a Chico Xavier" num dos auditórios da ONU, em Nova York (EUA), em uma promoção da United Nations Staff Recreation Council (LNSRC) e Society for Enlightenment And Transformation (SEAT). Será apresentado o filme Chico Xavier, seguido de uma mesa redonda com produtores e atores do filme e diretores da FEB e do Conselho Espírita Internacional.

Informações: www.spiritistvideos.com/chico

Notícia publicada no Boletim Eletrônico da FEB - Julho/10 - 2

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Dever e caridade

Cairbar Schutel

Publicado em 8 de agosto de 1936

O trabalho de propaganda, pelo qual nos empenhamos, aplicando todas as nossas aptidões, além de ser uma tarefa que se acha adstrita aos nossos afazeres na Terra, é um dos maiores exercícios de caridade que não pode deixar de concorrer para o nosso bem-estar futuro.

Se mais não fizemos que pregar, insistentemente, a existência e imortalidade da alma e, portanto, a sorte que aguarda os crentes e os descrentes, os bons e os maus, as almas liberais e as avaras, os simples, os humildes, os orgulhosos e os enfatuados, já teríamos realizado o nosso dever e exercido, na frase de S. Paulo, a mais alta expressão da Caridade Cristã.
Com efeito, a imortalidade da alma, ou seja, o prosseguimento da nossa existência, à despeito da transformação que chamamos morte, é o princípio fundamental de todos os cometimentos e, consequentemente, o ponto de partida, o fundamento de uma orientação firme para bem nos guiarmos na estrada da vida.

Poder-se-á comparar a existência, o modo de agir de um homem que em nada crê, julgando ser o túmulo a sua última morada, com a existência de um outro que, orientado pelos princípios espíritas, já sabe que a morte nada mais é que um incidente na sua ascensão para a felicidade, pela conquista de conhecimentos que enriquecem e santificam sua alma!

O princípio da Imortalidade, quando aceito, não como um artigo de fé-cega, mas, após acurado estudo e experiências positivas e bem controladas, constitui o pivô mágico sobre o qual nos equilibramos para triunfarmos nas lutas e aproveitarmos o tempo da nossa peregrinação terrestre. Além de tudo, a Doutrina da Imortalidade nos faculta uma soma enorme de consolações e esperanças que, em vão, procuraríamos em qualquer religião da Terra e em todas as ciências, que constituem o orgulho da nossa civilização.

A imortalidade individual implica a existência, portanto, dos nossos parentes, dos seres queridos que, segundo afirma o Espiritismo, não foram absorvidos nas voragens dos túmulos e, consequentemente, ela vem nos dizer que nós também não seremos destruídos nesse combate que teremos todos de enfrentar contra a morte.

“Mors janua est” – a morte é a porta da vida –, como disse o filósofo, e repetiu-nos, numa carta que nos enviou o grande biologista francês recém-desencarnado, Professor Charles Richet.

Pois bem, em troco dessa grande Luz que o Espiritismo nos proporciona, julgamos que, por dever e caridade, nos cumpre erguer bem alto esse lábaro sagrado, que constitui a Verdadeira Fé, para que, os que nos são próximos bebam dessa Água que desaltera e vivifica e prossigam, intemeratamente, nas lutas pelo seu aperfeiçoamento espiritual, certos de que, assim fazendo, terão magnificamente aproveitado a sua existência terrestre.

A Imortalidade é a Luz da Vida; só por ela, podemos vislumbrar, desde já, o futuro que nos espera.

Texto publicado no site da Casa Editora O Clarim, em 07/07/10.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Perdoar é difícil, mas não é impossível

De fato, perdoar não é uma coisa muito fácil, mas também não é nada impossível. Quem perdoa é humilde de coração. É sinal de que entendeu a mensagem de Jesus, pois o Seu maior exemplo neste mundo foi dado no alto da cruz, ao rogar para seus algozes: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem". E mais, o perdão evita doenças, porque a mágoa contra alguém é o gerador de muitas doenças físicas e mentais, além da obsessão, pois os pensamentos doentios atraem espíritos malévolos. Foi por isso que Jesus aconselhou-nos a perdoar setenta vezes sete cada ofensa recebida, ou seja, infinitamente.

Curioso que, em matéria de perdão, você já deve ter ouvido alguém dizer que perdoa, mas não quer ver nunca mais o inimigo à sua frente, e ainda completa: "nem que ele venha pintado de amarelo". Outro perdão esquisito: "Eu já esqueci o que ela me fez, mas se ela vier andando na minha direção, eu atravesso a rua na mesma hora". Outro: "Eu te perdoo, mas o mal que tu me fizeste eu entrego a Deus". E diz isso entre os dentes, com rancor, esperando que Deus se vingue em nome dela, como se Ele fosse vingativo.

Pelo visto, há duas maneiras de perdoar: o perdão dos lábios e o perdão do coração. Segundo Paulo, apóstolo, em uma mensagem em "O Evangelho segundo o Espiritismo", muitas pessoas dizem "Eu lhes perdoo", com relação aos seus adversários, "mas por dentro ficam alegres com o mal que eles sofrem, e acrescentam que eles têm o que merecem".

O perdão recomendado no Evangelho de Jesus é aquele que esquece completamente as ofensas recebidas. O verdadeiro perdão se reconhece muito mais pelos atos do que pelas palavras, como, por exemplo, ajudar o inimigo quando ele precisar de auxílio. Isso é perdão!

Agora, se queremos implantar a paz no mundo, e construir a nossa paz interior, não guardemos ressentimentos contra quem quer que seja. Ora, se ninguém guarda lixo dentro de casa, por isso mesmo, não guardemos o lixo dos sentimentos inferiores dentro de nossas almas. Enfim, quem perdoa é inteligente: vive em paz! Põe inteligência nisso!

Gerson Simões Monteiro é vice-presidente da Fundação Cristã-Espírita C. Paulo de Tarso (Funtarso)

Extraído da coluna “Em nome de Deus”, publicado neste domingo (04/07/10) no jornal Extra.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Um pouco de História do Espiritismo - 2

Elias Barbosa*

As últimas palavras do Sr. Det..., que havia escrito ao Presidente da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, demonstrava aos adeptos da ciência nova nada de vazio existindo no Universo. E prossegue:

“Assim, o retorno das almas dos mortos acreditado em toda a antiguidade, do qual nossa filosofia zombava, está adotado hoje por homens que não são nem ignorantes, nem supersticiosos. Todos esses Espíritos, aliás, chamados na Escritura os Príncipes do ar, estão sempre sob a vontade arbitrária do senhor da Natureza. Aristóteles disse que os Espíritos aparecem frequentemente aos homens pelas necessidades uns dos outros. Não faço mais que reportar aqui o que os partidários da existência dos gênios nos dizem.

“Crendo-se na imortalidade da alma, é necessário admitir que essa multidão de Espíritos pode se manifestar depois da morte. Entre essa grande quantidade de prodígios dos quais todos os países da Terra estão cheios, se um só ocorreu, a incredulidade é injusta. Creio, portanto, que não haveria menos temeridade em negar do que em sustentar a verdade das aparições. Estamos num mundo desconhecido.

“Não se acusará Mercier de incredulidade e de ignorância, e vemos, no extrato que precede, que ele não rejeitava a priori as manifestações dos Espíritos, embora não tivesse ocasião de ser delas testemunha. Mas um homem sábio suspenderia seu julgamento até estar mais informado. Já, a propósito do magnetismo, havia dito: ‘Isso é tão misterioso, tão profundo, tão incrível, que é necessário rir ou cair de joelhos; não faço nem um e nem o outro: eu observo e eu espero.’

“Seria interessante saber porque essas evocações, renovadas em 1788, ficaram interrompidas até 1853. Seria porque os membros da Sociedade, que dela se ocupavam, pereceram durante a Revolução? É deplorável que Mercier não tenha dado a conhecer o nome do presidente dessa Sociedade. Aceitai, etc.

“Det... Membro Titular da Sociedade.”

No próximo artigo, concluiremos com uma Nota do preclaro Codificador da Doutrina Espírita, que assim se inicia: “O fato narrado por Mercier tem uma importância capital da qual ninguém desprezará o alcance.”

Eis por que, dileto leitor, colocarei na próxima linha: (Continua)

(*) Clínico geral e psiquiatra - eliasbarbosa34@gmail.com

Artigo publicado no site Jornal da Manhã Online, em 11/07/10.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Estudo diferencia manifestação mediúnica de doença mental

Ana Cláudia Barros

Qual a fronteira que separa uma experiência mediúnica de um quadro de transtorno mental? O que diferencia um de outro? Ouvir vozes, ter visões indicam, necessariamente, uma manifestação patológica? Foram justamente essas indagações que motivaram um estudo desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde (Nupes) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

A pesquisa, que começou a ser realizada no ano passado, tem previsão de conclusão em 2011. Ela é, na verdade, um desdobramento de outra investigação, iniciada em 2001, na Universidade de São Paulo (USP), com o doutorado do professor Alexander Moreira-Almeida. Diretor do Nupes, Almeida é o orientador do trabalho atual.

-Na primeira pesquisa, investigamos 115 médiuns. Pegávamos gente que já trabalhava como médium em grupos espíritas há bastante tempo - explica. De acordo com o professor, foi encontrada uma baixa prevalência de transtornos mentais, menor do que na população em geral, entre os integrandes do grupo estudado.

Nesse segundo momento, estão sendo analisadas pessoas que foram recém -identificadas como médiuns.

-O objetivo das entrevistas é avaliar a presença de transtornos mentais, avaliar características da personalidade, ou seja, avaliar vários traços do funcionamento mental e social, para poder tentar traçar um panorama desse grupo e ajudar pesquisadores e clínicos com dados mais concretos nessa diferenciação.

Confira a entrevista

Terra Magazine - Qual a ideia central do estudo?
Alexander Moreira-Almeida - A ideia basicamente é a seguinte: mediunidade, quando a pessoa se considera estar em contato com alguma força não física, extramaterial ou alguma coisa do gênero. O fato é que esse tipo de experiência apresenta características, como, por exemplo, a pessoa têm visões, ouve coisas que outras pessoas não ouvem, têm a sensação de que há algo influenciando o corpo dela. Esse tipo de vivência é bastante comum na esquizofrenia e em outros quadros psicóticos.
Há uma discussão muito grande sobre qual a relação de uma coisa com a outra. Será que esses quadros chamados mediúnicos seriam, na realidade, quadros psicóticos, esquizofrênicos?

Foi isso que motivou a pesquisa: diferenciar manifestações ditas mediúnicas de quadros de transtornos mentais?
Exatamente. Há algumas décadas, a mediunidade era considerada uma manifestação patológica. Hoje, a psiquiatria reconhece que não é bem o caso. Há pessoas que têm essas vivências religiosas, espirituais e que não são, necessariamente, patológicas. Mas falta ainda determinar, com mais precisão, critérios que nos ajude a separar o que seria uma experiência não patológica, ligada à nossa cultura, a um certo grupo religioso, do que seria uma doença mental. Com base nisso, temos feito uma linha de pesquisa neste sentido.

Quando vocês começaram a trabalhar com essa linha de pesquisa?
O trabalho começou na Universidade de São Paulo (USP), com o meu doutorado, em 2001. Agora, dando continuidade, estou na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde coordeno uma linha de pesquisa, com dois alunos de doutorado. Essas duas teses de doutorado começaram no ano passado a coletar os dados.

Que tipo de metodologia está sendo aplicada na pesquisa atual e quantas pessoas foram ouvidas?
Nossa meta é chegar a 120 pessoas. Buscamos pessoas que procuram centros espíritas e lá, é dito para elas que são médiuns. Naturalmente, não entramos no mérito do que seria efetivamente isso ou não. Só estudamos esse fenômeno. São pessoas classificadas por médiuns, pelos próprios espíritas. Aplicamos uma série de testes psiquiátricos e psicológicos para fazer uma avaliação. Estamos fazendo a avaliação agora, para ver, daqui a um ano, como vão se desenvolvendo essas pessoas.

Como são esses testes?
São testes de entrevistas. Testes psicológicos e psiquiátricos. O objetivo das entrevistas é avaliar a presença de transtornos mentais, avaliar características da personalidade, ou seja, avaliar vários traços do funcionamento mental e social para poder tentar traçar um panorama desse grupo e ajudar pesquisadores e clínicos com dados mais concretos nessa diferenciação.

Sei que a pesquisa está em andamento, mas vocês já chegaram a uma conclusão?
Em relação à pesquisa inicial, já temos uma conclusão. Essa outra ainda está em andamento. Na primeira pesquisa, investigamos 115 médiuns. Pegávamos gente que já trabalhava como médium (na atual, são pessoas que acabaram de ser classificadas como médiuns), em grupos espíritas há bastante tempo.
Um detalhe importante: quando falamos em mediunidade, nós não estamos restringindo a apenas um grupo religioso, embora a pesquisa em si, por razões metodológicas, escolheu o espiritismo, por ser um grupo que trabalha de modo mais intenso e mais direto. Classificamos mediunidade como qualquer experiência em que a pessoa se julgue em contato com as dimensões espirituais. Pensando dessa forma, a umbanda, os católicos carismáticos, pentecostais protestantes. Todos esses têm contato com espírito santo, com alguma dimensão... Estamos trabalhando com o espiritismo por ser muito disseminado no Brasil.

Então, vocês trabalharam com 115 médiuns. Qual foi a conclusão?
Pegamos 115 médiuns, frequentando centros espíritas de São Paulo, mas eram médiuns que atuavam a bastante tempo como médiuns. Traçamos um perfil psiquiátrico dessa população e, basicamente, encontramos uma baixa prevalência de transtornos mentais. Menor do que encontrado na população em geral.

Qual a avaliação que vocês fizeram em cima desse resultado?
Esse é o primeiro resultado. Ainda há outro resultado importante, que medimos a adequação social, para ver quanto desses indivíduos eram bem ajustados socialmente, no trabalho, na família, na vizinhança. Também evidenciou um bom ajuste social. O mais importante: não havia relação entre a intensidade dessas vivências mediúnicas e problemas de ajustamento social ou de sintomas psiquiátricos. Ou seja, eram coisas separadas.
Foi o primeiro estudo com amplo número de pessoas e metodologia rigorosa, que investigou a saúde mental de médiuns. Basicamente, o que nós concluímos... O primeiro dado, que mostra de modo objetivo, usando metodologia padrão, internacional da saúde mental, desses médiuns, pelo menos esses, que estão frequentando e trabalhando há bastante tempo em grupos espíritas, revela que eles têm uma boa saúde mental, que essa vivência deles, embora, a princípio seja semelhante a um quadro psicótico, não é a mesma coisa. São coisas diferentes que precisam ser melhor estudadas.
A partir disso, então, estamos fazendo esse segundo momento de pesquisa, dando continuidade nessa linha, para ajudar a separar essas questões.

Quais os critérios que vocês estão usando para diferenciar uma experiência espiritual de uma manifestação patológica?
A pesquisa não entra no detalhe do que seria uma experiência espiritual. Estamos apenas separando se é uma vivência patológica ou não. Ou seja, se é um real contato com o mundo espiritual, se é uma coisa que o inconsciente da pessoa cria ou não. Nós não estamos investigando isso nessa pesquisa atual.
Temos projetos de avançar nessa questão também. Nessa pesquisa, estamos investigando o que seria uma experiência religiosa, mística, não patológica do que seria um quadro psiquiátrico. Não estamos entrando no mérito de qual seria a causa dessa vigência espiritual, que é um detalhe importante.
Para considerar como doença mental, estamos usando critérios diagnósticos psiquiátricos utilizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Estamos utilizando qualidade de vida dessas pessoas e adequação social. Na realidade, estamos testando alguns critérios que têm sido propostos na literatura médica. A gente publicou, recentemente, um artigo na revista de psiquiatria clínica da USP, levantando novos possíveis critérios que fariam essa diferenciação. Estamos testando esses critérios.

Quais seriam os critérios?
Entre os critérios está, por exemplo, a ideia de que a pessoa tem a vivência, mas esta não causa sofrimento para o indivíduo. Outra, essa vivência não causa prejuízo para o funcionamento social, profissional da pessoa. Outro critério seria que a pessoa tem controle sobre essa vivência. Mais um critério seria a pessoa não ter outros sintomas de doença mental, além dessas vivências , ouvir, ver...

Publicado no Terra Magazine, no site do Terra, em 24/06/10.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Um pouco de História do Espiritismo

Elias Barbosa*

De reunião particular a 2 de setembro de 1859, uma ata foi publicada na Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos, outubro do mesmo ano, pág. 267 da Edição do IDE (Tomo II), 2ª edição, 1995 (Araras, SP), e 303-304 da EDICEL, São Paulo, 1964.

Depois dos registros iniciais, Allan Kardec faz a seguinte comunicação aos presentes:

“Carta do Sr. Det..., membro da Sociedade, na qual cita uma passagem notável, extraída da lista de Paris de Mercier, edição de 1788, 12º vol. e intitulada Spiritualistes. Essa passagem constata a existência, nessa época, de uma Sociedade formada em Paris, e tendo por objeto as comunicações com os Espíritos. Ele fornece, assim, uma nova prova de que o Espiritismo não é criação moderna, e que era aceito pelos homens mais recomendáveis. (Publicada adiante.)”

Com efeito, a partir da pág. 273, intitulada SOCIEDADE ESPÍRITA NO SÉCULO XVIII, assim dá início o Sr. Det... à sua transcrição, a qual terá continuidade no próximo artigo:

“Ao Senhor Presidente da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. / SENHOR PRESIDENTE,

Não é de 1853, época em que os Espíritos começaram a manifestar-se pelo movimento das mesas e pelas pancadas, que data a renovação das evocações. Na história do Espiritismo, que lemos em vossas obras, não fazeis menção de uma Sociedade como a nossa, cuja existência, para minha grande surpresa, me foi revelada por Mercier, em seu painel de Paris, edição de 1788, capítulo intitulado: Espiritualistas, 12º volume. Eis o que ele disse:

‘Por que a teologia, a filosofia e a história fazem menção de várias aparições de Espíritos, de gênios ou de demônios? A crença de uma parte da antiguidade era de que cada homem tinha dois Espíritos, um bom que o chamava à virtude, outro mau que o convidava para o mal.

‘Uma seita nova acredita no retorno dos Espíritos neste mundo. Ouvi várias pessoas que estavam realmente persuadidas de que existem meios para evocá-los. Estamos rodeados de um mundo que não percebemos. Ao nosso redor estão seres dos quais não fazemos ideias; dotados de uma natureza intelectual superior, eles nos veem. Nada de vazio no Universo: eis o que asseguram os adeptos da ciência nova.’” — (Continua)

(*) Clínico geral e psiquiatra - eliasbarbosa34@gmail.com

Artigo publicado no site Jornal da Manhã Online, em 04/07/10.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

TRADICIONALISMO E O VERDADEIRO PATRIOTISMO

Em tempos de Copa do Mundo, se torna interessante uma pequena reflexão sobre o que seja e quais as conseqüências do patriotismo e do tradicionalismo. A Doutrina Espírita em seu tríplice aspecto (Filosofia, Ciência e Religião) possui um profundo sentido educacional. Estimula no homem a busca pela verdade e o autoconhecimento, mas, igualmente, convoca seus adeptos a uma aplicação prática de seus postulados nas mais variadas situações da vida, e este processo constitui um primeiro passo para a eliminação das chamadas “bengalas psicológicas”, que as ilusões materiais geram no indivíduo.

De fato, a busca sincera pela Verdade exige coragem, desapego, eliminação de preconceitos arraigados, meditação constante e um elevado grau de capacidade de crítica e autocrítica. Essa busca tende a minimizar fixações atávicas (apego exacerbado ao passado, à herança social ou genética) para o Espírito imortal, tais como o “milagre”, o “maravilhoso”, o “mítico”, o “místico”, o “mágico”, o “folclórico”, o “simbólico” e o “tradicional”.

Muitos indivíduos defendem, nas diversas áreas do comportamento humano, a continuidade de certas atitudes infelizes, argumentando que aquela “tradição deve ser cultivada e perpetuada”. Será? Se a resposta for sim, resta-nos indagar por segunda vez: Por que razão? Jesus afirmou (Mateus 9:16): “Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho”. E várias vezes o Mestre enfatizava: “Tendes ouvido o que vos foi dito, eu, porém, vos digo...”. Portanto, é evidente que Jesus não era propriamente um “tradicionalista”. O comportamento pretérito que era correto, à luz do Amor Maior que Ele preconizava, era confirmado e reforçado pelo Mestre, mas o que estava equivocado em relação às Leis Divinas era firmemente combatido pelo “Filho do Homem”.
Neste contexto, é interessante discutir a complexa questão do Amor à Pátria, que em sua essência, é um sentimento extremamente nobre e em concordância com os princípios evangélicos. Entretanto, na história da humanidade, o patriotismo, que, a priori, é algo muito positivo, foi utilizado como argumento para as mais diversas manifestações de racismo, ódio, assassinatos etc. Guerras terríveis foram fomentadas empregando e deturpando esse valor moral denominado “Patriotismo”, o que ceifou milhões e milhões de vidas.

Obviamente, o Amor à própria Pátria de maneira nenhuma significa o desprezo e muito menos o ódio pela Pátria alheia. Aliás, o entendimento da realidade reencarnacionista explicita a infantilidade espiritual deste tipo de comportamento, uma vez que podemos nascer em inumeráveis países. O próprio esporte que deveria ser uma forma de confraternização entre indivíduos e países, muitas vezes usa do argumento patriótico para acirrar rivalidades nacionais e até mesmo justificar atitudes de violência e profunda grosseria, que são oriundas de nossas paixões primitivas.

É muito interessante notar que muitos países têm em seus hinos nacionais verdadeiras odes ao orgulho, à guerra e à destruição “dos povos inimigos”, como tivessem alguma supremacia ou fossem o “Povo escolhido”. Ora, todo povo é escolhido e todo povo é de Deus. Aliás, somos um só povo e isso inclui habitantes de outros mundos e de outras galáxias, as quais são as “muitas moradas da casa do Pai”. Não sejamos escravos de denominações, minimizando o nosso bairrismo e buscando o legítimo sentimento patriótico, que não exclui o amor e o respeito aos demais países. Muito pelo contrário, quanto mais fraternos e cordiais com os demais povos, mais nós demonstraremos a grandeza de nosso país, pois, conforme Jesus nos ensinou, “se quisermos ser o maior, que sejamos o servidor de todos”.

Sociedade Espírita Bezerra de Menezes - Rua Padre Cacique, nº 647, Canela/RS - E-mail: bezerrademenezescanela@gmail.com - Blog: bezerrademenezescanela@blogspot.com - PALESTRAS PÚBLICAS: Terças-feiras às 20 Horas e Sábados às 16 Horas.

Texto publicado na seção "Momento Espírita" do site Jornal de Canela, em 02/07/10.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Espiritismo: estudos sobre a doutrina no Léon Denis

Este mês, o Centro Espírita Léon Denis, em Bento Ribeiro, Zona Norte do Rio, promove dois encontros para estudos. O primeiro deles, "Encontro espírita de evangelizadores, pais e responsáveis", será realizado no dia 11 de julho, no qual o tema em destaque será "O evangelizador perante Jesus". Depois, no dia 25, os estudos serão sobre a obra social Antonio de Aquino, com o tema "A vida com Jesus dentro da casa espírita". Outras informações podem ser obtidas pelo site www.celd.org.br.

Notícia publicada no site Extra Online, em 04/07/10.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Um Pouco de Poesia

SEMEADOR

Companheiro, irmão,
esses caminhos andando
- e esse mundo é tão grande -
tem cuidado não desprezes
a oportunidade maior
de usares as conchas das mãos,
jogando por esses chãos
nas grotas, nos socavões,
sementes, muitas sementes...
Mas, cuidado, não semeies
sementes que causem dor...
Há muitas variedades
de sementes a escolher;
muitas darão espinhos
e verás sangue a escorrer
outras, mimosas flores
que darão muito prazer.
Aquelas, as que vingam paz,
e outras que vingam amor;
algumas mais preciosas
colocas no alforje,
que carregas com carinho
e escolhendo aquela entrada,
- estreito, longo caminho -
vais por ela pisando
com cuidado e emoção
e jogas ali. acolá
sementes que vinguem luz,
pois, além, ao fim da estrada
te anuncia o coração,
que te espera, abençoando,
o doce, amado JESUS,
- o maior Semeador!

Autor: Amazonas Hércules

domingo, 4 de julho de 2010

Não soube esperar apenas cinco dias...

Francisco Teodoro era um próspero industrial que, nos idos de 1914, passou por uma grave crise financeira. Diante da falência iminente, e porque alguém o ameaçava com escândalos na imprensa, denunciando-o como negociante desonesto, cometeu o suicídio.

O empresário suicida, segundo o Espírito Hilário Silva, passou por pavorosos sofrimentos no mundo espiritual, em razão de ter dado cabo da sua existência física. Porém, 30 anos depois, Francisco Teodoro recuperou seu equilíbrio na vida espiritual com o apoio da Misericórdia Divina. Em razão da sua melhora espiritual, o ex-suicida desejou descer a Terra, para rever a fábrica de tecidos que tinha sido sua e que supunha estar em ruínas.

Ao visitá-la, ficou surpreso com o enorme progresso da indústria que fundara. Naquele momento, um amigo espiritual informou-lhe que, após cinco dias de seu suicídio, todo o estoque de tecidos da fábrica fora vendido por quatro mil contos de réis, ou seja, quatro vezes mais o valor da dívida contraída que o levara a tirar a sua vida física. Diante dessa informação, o industrial suicida mostrou melancólico sorriso, compreendendo que a Bondade Divina não falhara. Ele apenas não soube esperar. Apenas cinco dias...

Pois é: muitas vezes, na vida, são necessários dias, meses, anos, para resolvermos problemas ou vencermos dificuldades, mas uma coisa é certa: todos eles têm solução. A questão é saber esperar, e por piores que sejam as nossas dores físicas ou morais, devemos confiar na bondade de Deus; afinal, o Pai Celestial nunca está pobre de misericórdia!

O fato ocorrido com o industrial suicida, narrado pelo Espírito Hilário Silva, está publicado no livro Ideias e Ilustrações, psicografado por Francisco Cândido Xavier, e comentado, também, na obra de minha autoria Suicídio e Suas Consequências. Esses livros encontram-se disponíveis no CEERJ, tel.: 2224-1244, site: www.ceerj.org.br. Porém, se você está sofrendo muito e pensa em fugir deste mundo, dê uma chance à sua própria vida! Faça uma prece a Deus pedindo ajuda e desabafe ligando para o CVV - tels. 141 ou 2233-9191.

Gerson Simões Monteiro é vice-presidente da Fundação Cristã-Espírita C. Paulo de Tarso (Funtarso)

Extraído da coluna “Em nome de Deus”, publicado neste domingo (04/07/10) no jornal Extra.